11 março 2010

A epidemia

A OBESIDADE infantil representa hoje uma das doenças mais frequentemente encontradas nas consultas de Pediatria. São já mais de 30% as crianças, entre os 5 e os 10 anos, que apresentam um índice de massa corporal elevado, o que levou a Organização Mundial de Saúde a considerá-la como a grande epidemia do século XXI.

Se é verdade que a obesidade pode trazer consigo alguns problemas ainda na idade pediátrica, inclusive do foro psicológico, a maior parte das complicações surgem mais tarde na vida, quando a criança obesa se transforma num adulto obeso. Hipertensão arterial, diabetes, acidentes cardiovasculares, alterações hormonais e mesmo alguns tipos de cancro, ocorrem com maior frequência na população obesa em relação à população em geral.

A promoção de estilos de vida saudáveis é a arma fundamental no combate a esta doença. A solução não é simples e envolve a actuação em diferentes frentes, incluindo a promoção de uma alimentação saudável e o estímulo à actividade física, para combater o lazer sedentário, que já é a forma preferida de ocupação dos tempos livres de mais de 70% dos jovens portugueses. Mas nenhuma destas intervenções terá sucesso se os pais não a incorporarem como sua. Nenhuma criança vai alterar os seus hábitos alimentares ou desportivos se os seus pais não a acompanharem. "Faz o que eu digo e não faças o que eu faço", como em muitas outras situações na vida, também aqui não dá resultados. Os pais não se podem esquecer que são o modelo preferencial dos seus filhos e que estes aprendem muito mais pelo que vêem do que pelo que lhes é dito. A intervenção, a ser feita, é para todos e com o envolvimento de todos.

por Paulo Oom para Jornal i

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