09 março 2010

Coach do Coach: Liderança e Formação

Num dos blogues que acompanho com atenção, li este post que acho bastante pertinente e que aqui reproduzo:

Liderança e Formação

Quase todos nós já passámos pela experiência de participar numa formação sobre comportamentos, processos ou atitudes relacionadas com o nosso local ou equipas de trabalho, gostar, superar as expectativas, alterar alguns pensamentos pré-concebidos, voltar para a nossa organização, e mais dia, menos dia, tudo voltar ao que era.

As formações podem ser um motivo de preocupação mesmo quando correm bem. Parece contraditório, mas não o é! A expectativa que se cria nos colaboradores pode catapultar para níveis superiores de exigência e a posterior constatação que a incapacidade de mudança por parte da organização para outros patamares dificilmente se concretizará.

Das primeiras vezes que tive oportunidade de participar enquanto formando em acções relacionadas com a mudança, coaching de equipas, liderança visionária e reconhecida, facilitação de processos, etc., ouvia com alguma frequência no efeito ‘foguete’. A formação corria bem, o formando apercebia-se das vantagens de alterar as suas atitudes e comportamentos, determinava-se em mudar, chegava à sua organização e dava de ‘caras’ com chefias que não estavam receptivos a tais comportamentos ou alterações na forma de trabalho. O efeito passa rapidamente e apenas brilha por momentos.

De uma forma transversal, e não querendo colocar qualquer culpa ‘apenas’ nas directorias ou chefias de algo, reconhecidamente, existe por vezes um tampão de boas intenções na mudança de processos, proactividade, empreendorismo por parte dos seus colaboradores. Se por um lado proporcionará mais ideias, mais-valia, possivelmente mais produtividade, o outro lado ‘obrigará’ a um acompanhamento por parte de quem chefia em termos de capacidade de inovação, liderança, descentralização e o lidar com a falta de confiança quando se observa que alguém pode acrescentar mais valor numa determinada área técnica.

O mercado e o sistema das organizações desportivas não são excepção e se retirarmos uma percentagem muito mínima, são muitos os exemplos de organizações (federações, clubes, associações, autarquias, institutos, etc.) em que quem lidera não possui pelo menos a capacidade de reconhecer quem pode melhorar, escolher experts nas áreas sem que isso signifique que o seu papel deixou de ter a importância que ele necessita, rodear-se de espírito crítico e inovador e não apenas de ‘yes man’. Algo assim facilitava e muito o aparecimento de mais e melhores projectos para alterar a actual situação que o sistema desportivo apresenta.

Falta uma visão, faltam valores, falta liderança, exige-se sem se criar condições para tal, formam-se técnicos (mal?) mas não se dão oportunidades para actuarem. Dia após dia (e apenas naquilo que vai aparecendo na imprensa desportiva) consegue-se coleccionar casos atrás de casos. Nas federações, associações, autarquias ou institutos vemos um agarrar ao lugar independentemente da estratégia que apresentam (?) ou dos seus objectivos relacionados com a organização. Como se costuma dizer ‘apenas somos uma mais-valia quando nos desprendemos do nosso ego’. Ficamos a aguardar. 


in  Coach do Coach

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